Uma reportagem da revista Época revelou na última semana o que todos nós já sabíamos: apostas no jogo do bicho acontecem todos os dias, em todo o Brasil. A grande curiosidade do texto jornalístico é a revelação da presença de várias bancas de apostas a menos de 40 metros do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.

Um dos banqueiro do jogo, conhecido como seu Brasil, relatou à reportagem que trabalha no ramo das apostas há décadas, e que vários funcionários do STF apostam regularmente no jogo. Segundo a lei brasileira, o jogo do bicho é uma contravenção com pena de até um ano e multa, tanto para bicheiros quanto para quem aposta. No entanto, a banca do seu Brasil funciona de segunda a sexta, faça chuva ou faça sol (quando chove a banca funciona dentro de um Fiat Uno vermelho).

Nas redondezas do Congresso e da Esplanada dos Ministérios podem ser encontradas 10 bancas iguais. “Aqui o negócio é mais organizado que as loterias da Caixa (Econômica Federal). O sujeito recebe o dinheiro na hora, nem precisa apresentar o documento de identidade”, afirma seu Brasil a um “cliente” do Supremo. Em cada banca uma média de cinco pessoas dividem tarefas, desde atendente a recolhedor de dinheiro.

Atualmente há dois projetos com o intuito de legalizar várias modalidades de jogo no Brasil, entre elas o jogo do bicho. O projeto é defendido por partidos de centro, como PTB, PP e PRB. A ideia é acabar com o jogo clandestino, regulamentar e fiscalizar os jogos e arrecadar com impostos. Os efeitos da legalização seriam o aquecimento do turismo, investimento de empresas estrangeiras no país, criação de dezenas de milhares de empregos e a arrecadação de até 15 bilhões de reais ao ano com tributos. Os projetos devem ser votados em plenário até a metade de 2018.

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