Cassino, jogos e o cérebro: uma relação curiosa
Psiquiatra investigou como funciona o cérebro de apostadores durante de apostas. Veja quais foram as descobertas!
Cassino, jogos e o cérebro: uma relação curiosa
Como sabemos, os cassinos tradicionais e os cassinos online são mundialmente famosos. Seja em Las Vegas ou do conforto da sua casa, a sensação de jogar pode ser experimentada quase de forma semelhante. É exatamente por conta dessa relação entre os apostadores e os jogos que despertou a curiosidade do mundo científico. Disso sucedeu uma pesquisa acerca de cassino, jogos e o cérebro humano durante as ações de apostas.
A pesquisa foi realizada pelo Massachusetts General Hospital (MGH), de Boston, Estados Unidos. O hospital universitário da Escola Médica de Harvard realizou a investigação e descobriu algumas coisas no cérebro humano. Durante as ações em um cassino jogos (presenciais ou online) estimulam as sinapses humanas torrencialmente. A corrente de estímulos é tão grande que se assemelha às reações encontradas em cérebros de pessoas com históricos abusivos.
Mais especificamente, as atividades do cérebro nesses casos são parecidas quando do abuso de drogas. A descoberta teve implicações para o tratamento de jogadores compulsivos.
CASSINO JOGOS E POLÍTICA PÚBLICA
As tensões entre o governo de Massachusettes e seus opositores aumentaram quando o governador Deval Patrick planejou licenciar três cassinos. Enquanto o governado prometeu que com a medida cresceria a arrecadação de impostos e aumentariam os empregos, os opositores diziam outra coisa. O argumento era que não valeria a pena lograr esses feitos em base aos malefícios que acarretaria à comunidade: ludopatia.
Em poucas palavras, a ludopatia consiste no transtorno que acompanha o indivíduo que se obriga mentalmente a jogar. De forma incontrolável, o apostador segue de forma permanente e progressiva a apostar e jogar. Os riscos são econômicos e pessoais aos sujeitos que sofrem com esse transtorno.
Daí que um departamento da MGH, especializado em Apostadores Compulsivos, reportou que, segundo suas estimativas interessantes. De 4% a 6% dos jogadores que apostam cotidianamente podem desenvolver comportamentos patológicos. Em comparação, 6% daqueles que bebem desenvolvem alcoolismo. Porém, até a época do lançamento da pesquisa (2008), existiam poucas descobertas biológicas que explicavam a compulsão por jogos e apostas.
Segundo Hans Breiter, do MGH, pesquisador psiquiátrico: “É fundamental entender as variáveis biológicas que causam os transtornos aos apostadores (...)”. Continua Breiter, “isso facilitaria aos legisladores pensar o entorno – única variável diretamente controlável – tornando-as mais apropriadas [para evitar esses quadros]”. Pela falta de pesquisas sobre o tema, a American Psychological Association, não conseguia classificar a compulsão por apostas como uma adição psicológica. Conhecidas compulsões são pelo álcool ou pelo abuso de drogas, porém pelos jogos é considerado uma ICD (Impulse-control disorder).
POR DENTRO DE UM CÉREBRO
A fim de contribuir com a análise científica sobre o caso, o laboratório de estudos de Hans Breiter divulgou dados. A partir de imagens do cérebro humano mostrou-se que a patologia em apostas estimula os mesmos circuitos neurais de viciados em cocaína.
Com mais estudos do laboratório de Breiter e da comunidade científica pode-se confirmar que os apostadores podem estar biologicamente viciados. O que seria parecido com a adição em substancias químicas. Com essa associação comprovada cientificamente seria possível num futuro próximo oferecer, através do Estado, tratamento similar às pessoas que sofrem com a ludopatia. Pelo menos é o que pensa o professor Breiter.
Veja abaixo imagens de uma ressonância magnética do cérebro em duas situações. A primeira, à esquerda, mostra as atividades de pessoas saudáveis momentos antes do resultado de uma rodada da roleta. A imagem na sequência apresenta uma pessoa adicta a cocaína momentos antes de receber uma pequena dose de cocaína. Observa-se a revelação de atividades similares no núcleo accumbens (parte-chave no cérebro que implica atividades viciantes).
EM FAVOR DO JOGO RESPONSÁVEL
Podemos perceber, portanto, que as atividades relacionadas às apostas e aos jogos obrigam aos apostadores a ter responsabilidade. Não é só nos Estados Unidos, mas em todos os lugares onde se estabelecem essas atividades de entretenimento. Desta forma, no caso brasileiro, se os apostadores quiserem divertir-se com jogos a única saída, por enquanto, é online.
Por isso cassinos (jogos em geral) online também precisam ser realizados de maneira responsável. Não é por acaso que as casas de apostas mais conhecidas e recomendadas tomam medidas internas para evitar o jogo irresponsável. Existem formas gradativas de regulação das contas dentro desses sites, assim preserva-se a harmonia do site e dos consumidores. Fique atento e boa sorte!
*Esta matéria está baseada na reportagem publicada em um blog no site da Nature.