11/01/2017

Empresários do bingo aguardam legalização do jogo para retornar ao Brasil

Ex-donos de casas de jogo brasileiras aguardam a regulamentação para voltar a investir no país

Em 2007 os bingos foram proibidos em todo o Brasil. A decisão estava na iminência de acontecer desde 2004, quando estourou o escândalo “Carlinhos Cachoeira”. O jogo, no geral, já possui má fama no Brasil, principalmente devido o problema da lavagem de dinheiro. Mas vamos refletir aqui: a corrupção não acontece em qualquer coisa que envolva dinheiro em nosso país? Para exemplificar o que aconteceu com os donos de bingo em um fatídico dia de 2007, imagine que você é dono de uma casa noturna. Você investiu muito dinheiro no estabelecimento, e ela recém está começando a dar grandes festas. Então, da noite para o dia, todas as casas noturnas estão proibidas em território nacional. Você é dono de um estabelecimento ilegal, cuja a abertura configura crime.

Carlinhos Cachoeira - o pivô da proibição dos bingos no Brasil

Foi mais ou menos isso que aconteceu com os donos de bingo no Brasil em 2007. Não havia o que fazer. Todo o investimento foi perdido, e as máquinas de jogo não poderiam ser desmontadas, dada a sua fragilidade. E para quem vender? O que fazer com o prédio construído ou que abriga todas as suas máquinas de jogo? Confiantes que a ilegalidade poderia ser apenas temporária, aqueles que investiram mais decidiram manter seus estabelecimentos intactos, apenas esperando que as luzes das máquinas de jogo se ligassem novamente, criando verdadeiros elefantes brancos na capital paulista. Outros, que pagavam alto aluguel mensal, partiram imediatamente para outros ramos de negócio.

O antes e o depois do Bingo Imperador, em São Paulo: 

Começo dos anos 2000

Depois:

Bingo Imperador atualmente

Projetos de lei chamam a atenção dos empresários 

Os ex-donos de bingo no Brasil estão atentos aos dois projetos que podem legalizar os jogos de azar no Brasil (um na Câmara e outro no Senado). A possibilidade reacendeu o interesse dos empresários, que hoje possuem empresas que são referência mundial no mercado de equipamentos para salas de cassinos e bingos. Alguns deles, inclusive, fazem coro a defesa dos projetos de lei. Um deles é Alejandro Ortiz, e o irmão Johnny Ortiz. A empresa Zitro, fundada por Johnny, possui sede em Luxemburgo e atualmente possui 25 mil máquinas de jogo, distribuídas em 19 países, como Argentina, Estados Unidos, México e Espanha. "Hoje, todos os empresários do setor, brasileiros ou estrangeiros, acompanham a evolução da legislação", diz Johnny Ortiz, a despeito do trauma que relata ter sofrido. "Foi um choque, eu dormi empresário e acordei bandido. É difícil imaginar a quantidade de problemas. Tínhamos feito investimentos em um mercado que foi proibido. Passamos a ter de lidar com polícia, Receita, fiscalização”. Os irmãos chegaram a ser convocados pela CPI dos Bingos, em 2005, por supostas ligações com a máfia italiana, negadas pela família e nunca comprovadas.

Bingo com tempero brasileiro

Um dos grandes méritos dos empresários brasileiros no exterior foi adicionar um certo tempero brasileiro nos jogos clássicos de bingos e cassino, o que lhes garantiu a sobrevivência no ramo de jogos. Durante o período no Brasil, adaptaram as máquinas de bingo com trilhas para jogadas especiais, e a famosa bola extra, que permitiu que o jogador pudesse comprar o sorteio de uma nova bola numerada. Segundo o presidente do Instituto Jogo Legal, Magno José de Sousa "eles perceberam que a máquina importada da época não era tão atrativa. Então adicionaram características e criaram um novo conceito. Esse modelo foi levado e hoje é sucesso no mundo", diz.

Bingo fechado em São Paulo, em 2007

O regresso

Arlindo Figueiredo, diretor da Associação de Jogos no Brasil (AJES), que reúne 200 interessados em abrir estabelecimentos para o jogo, esclarece que a debandada de empresários para o exterior foi fato comum. Um dos membros interessados é a empresa 7Games, que desenvolve softwares para bingos e slot machines, com sede na Flórida. O presidente da empresa, Moacir Filho, comenta que está preparando a tradução do software para o português, à espera da legalização. "Vou fazer o caminho inverso do que fiz em 2001, quando vim para os EUA" diz. Outra empresa interessada em voltar ao Brasil é a RCT, antigamente conhecida como Vegas Way. Ela foi fundada em 1994, logo após ser sancionada a Lei Zico, que liberou os bingos no Brasil. Na época, José Carlos Baungartner e seus parentes resolveram desenvolver os próprios jogos de video bingo, para competir com as máquinas que vinham da Espanha. Com a ajuda dos tios, um programador e outro estatístico, o software foi desenvolvido, e a família chegou a ter 12 mil máquinas no mercado brasileiro. Em 2007, quando os bingos foram banidos, expandiram seu mercado para outros países da América Latina. No entanto, o interesse em voltar ao Brasil é grande, já que o país possui potencial de mercado muito maior. "O desejo de voltar a trabalhar no Brasil é profissional, por ser um mercado muito grande, mas também temos familiares que ficaram aí e sempre acreditamos que um dia poderemos voltar", diz Hugo Baungartner, atual diretor da empresa.

Máquinas caça-níques da empresa brasileira RCT

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Fonte: Folha de S.Paulo - 01/01/2017

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