Empresários querem fazer do Rio Grande do Sul um paraíso das casas de jogos
Operadores estrangeiros planejam ter pelo menos 20 empreendimentos no Estado.
O Rio Grande do Sul já desperta há muito tempo o interesse de representantes de grandes empresas de jogos. A maior novidade sobre o caso ocorrou na última semana, quando o Jockey Club Carazinhense, da cidade de Carazinho-RS, encaminhou uma proposta para a Secretaria de Segurança Pública gaúcha de um investimento de R$ 10 milhões para a reativação da Loteria do Estado do Rio Grande do Sul (Lotergs), paralisada desde 2004. A ideia é reverter recursos para aparelhar a área da segurança, hoje sacrificada pela crise financeira do Estado.
Além da iniciativa local, operadores de cassinos da Europa e dos Estados Unidos estão em busca de imóveis na Capital Gaúcha e outras cidades com economia e turismo desenvolvidos, para instalar casas de jogos. Os empreendimentos são articulados em parcerias com maquineiros gaúchos e do centro do país.
A estratégia envolve tomar proveito de decisões judiciais e brechas legais, além de um fator ainda mais importante: o judiciário gaúcho deixou de condenar exploradores de jogos de azar por contravenção penal.
Brecha na lei pode permitir exploração do jogo no Rio Grande do Sul
O Jockey Carazinhense, por exemplo, pretende utilizar o artigo 14 da Lei do Turfe, que autoriza as casas a explorarem “outras modalidades de loteria”. A partir dessa brecha, a ideia dos empresários seria oferecer jogos como o bingo de cartela, além das corridas de cavalos.
A brecha já chamou a atenção de empresários americanos, que têm interesse na contrução de um hotel-cassino em Porto Alegre. Outro operador que aposta suas fichas no Estado é o grupo espanhol Pefaco, com atuação na Europa, África e no Paraguai. A empresa alugou, em junho, o prédio de uma antiga casa de shows no bairro Cavalhada, na zona sul de Porto Alegre.
Efeitos positivos e negativos
A iniciativa não é a ideal para quem defende a legalização dos jogos no Brasil, já que a exploração ainda irá carecer de regulamentação. Sem a devida fiscalização, erros do passado podem ser repetidos. Ao mesmo tempo, a iniciativa no Rio Grande do Sul pode acabar pressionando a Câmara dos Deputados a finalmente discutir e votar a legalização do jogo em plenário.