Jogo aberto: Nelson Motta defende legalização em O Globo
Colunista defende a regulação para que o país arrecade com impostos e gere empregos.
O colunista de O Globo, Nelson Motta, defendeu a legalização do jogo no Brasil em sua coluna na última sexta-feira (23). Para o dramaturgo, escritor e jornalista, “os ricos vão perder os seus milhões em Las Vegas ou Punta del Este e os pobres são os grandes perdedores das Loterias do Estado”, em defesa da ideia de que legalizado o jogo renderia impostos para o país.
Nelson Motta lembra dos cassinos brasileiros dos anos 30 e 40, que recebiam estrelas internacionais como Orson Welles e Walt Disney, e empregavam mais de 50 mil pessoas. As casas de jogo foram fechadas em 1946, por uma canetada do então presidente da República marechal Eurico Gaspar Dutra. Segundo reza a lenda, a motivação foi religiosa e partiu de sua esposa ultracatólica, Dona Santinha.
Apesar da proibição, o jogo ainda acontece no Brasil, seja através das loterias federais como a Mega Sena, jogo do bicho e bingos clandestinos, ou na internet, onde é possível apostar online em sites estabelecidos em países onde o jogo é legalizado.
Durante as décadas consequentes a proibição, o jogo foi demonizado, sempre relacionado com o crime e o vício. “E é verdade. Mas o mesmo poderia valer para a adição em álcool, sexo ou remédios tarja preta”, lembra Motta.
Para finalizar seu argumento, o colunista lembra que há problemas inerentes ao jogo, mas que os benefícios seriam mais relevantes.“Falar em fiscalização no Brasil não é muito animador, mas diminuir a hipocrisia e aumentar o emprego e a receita de impostos já é um adianto. Como se sabe, a banca sempre ganha. E o Estado também. Com os cassinos e os sites de jogo do bicho pagando impostos, vai ter muito dinheiro para investir no oposto da jogatina: saúde e educação”, conclui Nelson Motta.