Nada de Las Vegas! A verdadeira capital mundial dos jogos de cassino é uma ex-colônia portuguesa: Macau! O jogo é legal na cidade, que é um distrito independente da China, desde 1847. No entanto foi em 2005, quando foi liberada a instalação de cassinos estrangeiros, que Macau sofreu o seu “boom” turístico e financeiro. Conheça mais sobre esse país, que além do português possui muito em comum com o Brasil, principalmente a paixão pelos jogos e as apostas.

Macau chama atenção não apenas pelos deslumbrantes cassinos, mas por suas características culturais distintas. Ela é uma ex-colônia portuguesa, mas você provavelmente ouvirá muito pouco o português por lá. Apesar de ser considerada uma das línguas oficiais, a escolha preferencial nas escolas locais é pelo mandarim. Ao mesmo tempo, é possível se sentir em casa no distrito chinês, onde assim como no Brasil, há diversas construções no estilo português. Costuma-se dizer que a língua que fala mais alto na cidade, muito mais que o mandarim e o português, é o dinheiro: os enormes cassinos já chegaram a faturar em um dia o que Las Vegas fatura por mês.

Turismo e empregos

A cidade possui pouco mais de 500 mil habitantes, mas quem movimenta o local são os turistas, quase 40 milhões por ano. Foram através deles que a indústria dos cassinos se solidificou nos últimos dez anos, sendo hoje cinco vezes maior que a de Las Vegas. Da antiga vila portuguesa resta não muito mais do que os nomes das ruas. Hoje são os grandes empreendimentos luxuosos que mais se destacam na paisagem da cidade. Todos eles praticamente pequenas cidades: com resorts integrados, lojas das maiores grifes internacionais, teatros, cinemas, ruas de bares, restaurantes, e centros de convenções. Um deles é o The Venetian, que retrata a cidade italiana de Veneza com fidelidade impecável (assim como acontece no The Venetian Las Vegas). Segundo Maelene Batara, chefe de recepção do Hotel, a maioria das turistas da cidade são muito ricos, e além de jogar (e deixar gorjetas maravilhosas), fazem negócios na cidade.

Se o viajante sair dos empreendimentos, encontrará uma cidade que mistura a China moderna, nomes portugueses e tradição budista. As lojinhas de medicamentos de medicina chinesa disputam espaço com templos e muitas, muitas grifes. Todo esse comércio gera emprego. Essa oportunidade de trabalho, rara em vários outros lugares do mundo, atrai cada vez mais imigrantes.

A economia de Macau 

Segundo o presidente da Câmara Brasil-China, Charles Tang, a economia de Macau cresceu 500 vezes com a liberação de cassino. Quando a China assumiu a administração, novas concessões foram feitas. O sucesso foi focar em grandes cassinos e impedir que haja uma máfia dos jogos. Isso transformou Macau. Foi de uma vila adormecida desde quando Portugal comandava a uma potência.

- O que mudou nos países em que o jogo foi legalizado? 

Por ser muito próxima de Hong Kong, Macau é tida como a casa de fim de semana de quem mora na megalópole. Como de Niterói para o Rio, basta pegar uma barca. No entanto, nesse caso, é uma lancha gigante e muito rápida é bem mais moderna. Tem um sistema de embarque e de despacho de bagagem como de um bom aeroporto.

Experiências como a de Macau são interessantes para o Ministério do Turismo no Brasil, juntamente como a de Cingapura — o pequeno país fez concessão apenas para um resort cassino e viu o número de turistas saltar de 9,7 milhões para 17 milhões por ano, nos últimos cinco anos. Já o faturamento com turismo passou de US$ 12,8 bilhões para US$ 23,5 bilhões nesse período. Para o ministro do turismo, Marx Beltrão, é nesse caminho que o Brasil tem de apostar suas fichas. No entanto, ele defende a restrição dos jogos de azar e somente a aprovação dos grandes cassinos.

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