06/06/2018

Magnata dos cassinos quer apostar no Brasil

Sheldon Adelson, dono e uma fortuna de US$ 39 bilhões, quer trazer ao Brasil seu modelo de resort integrado.

Resorts integrados com cassinos, hotéis, centros de convenções e casas de espetáculos. Esse é o ramo de Sheldon Adelson, americano dono uma fortuna de US$ 39 bilhões e de uma empresa avaliada em US$ 60 bilhões, a Las Vegas Sand. Aos 84 anos, a mais nova ambição do empresário é ampliar seus negócios na América do Sul, mais especificamente no Brasil. É por isso que o Adelson esteve novamente no país na última terça-feira (29), quando se reuniu com políticos fortalecendo o lobby para uma mudança na lei que libere a atividade dos cassinos no país.

"O Brasil é um país gigante que recebe poucos turistas, apenas seis milhões. Nós podemos esperar (a legislação adequada) para montar um resort integrado aqui. Não é só cassino, mas o cassino é importante porque é a parte mais rentável do negócio e subsidia as outras atividades"  explicou Adelson ao GLOBO.

Os chamados “resorts integrados” citados por Adelson consistem em ter, no mesmo espaço, centro de convenções, hotel, cassino, shopping, restaurantes e casas de espetáculos. Esse modelo é adotado em Las Vegas, cidade de atrai grandes convenções nos Estados Unidos, algumas delas com até 100 mil participantes.

O empresário americano está ciente da proximidade da eleição no Brasil, e que a época é pouquíssimo propícia para a aprovação de pautas polêmicas, mas ele possui uma vasta experiência com políticos. Nos Estados Unidos ele é conhecido por ter sido o principal doador da campanha de Donald Trump para à presidência.

Sheldon Adelson se reuniu com políticos no Brasil no dia 29 de maio.

Locais que podem ser escolhidos

Salvador, Recife, São Paulo e Rio de Janeiro são cidades vistas com bons olhos por Adelson. Para ser “elegível” para receber um resort integrado, o local deve possuir boa infraestrutura de turismo, incluindo rede hoteleira, aeroportos, bons restaurantes, clubes noturnos e bom transporte local. O foco de Adelson está em São Paulo e Rio de Janeiro, mas as cidades do nordeste citadas também atendem as exigências.

Na última terça-feira (29 de maio), Adelson se reuniu com o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. A capital carioca recebe 1,5 milhões de turistas ao ano. “Ele está preocupado em buscar mais turistas. O Rio já foi a capital do entretenimento. Não é mais. A cidade precisa de algo que a revitalize”, contou  Adelson.

Projetos de legalização em pauta

Um dos projetos de legalização do jogo tramitava no Senado desde 2014, no entanto foi rejeitado no início de 2018 pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na Câmara um projeto “vovô” segue firme. Discutido desde 1992, o projeto de legalização da Câmara teve diversas emendas e foi desfigurado de sua ideia original. A tendência é que novos projetos sejam lançados no final de 2018 ou início de 2019, provavelmente favorecendo apenas resorts-cassino. Essa modalidade de jogo é bem vista em Brasília e possue forte lobby de empresas estrangeiras.

Adelson é cauteloso e estuda o mercado brasileiro há 3 anos. O empresário só investirá no país após um marco regulatório limitado, que libere apenas os cassinos. O americano acredita que os cassinos poderão gerar oportunidades para o brasileiro médio, além de atrair turistas estrangeiros.
 


 

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